segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Abraços


Guarda-me um abraço
Para os momentos
Que os maus pensamentos
Vão ensombrar.
Guarda-me um espaço
Nesse cantinho
Aconchegadinho
Que é teu regaço.
Guarda-me passos
Nos teus caminhos
Quando os teus passos
Forem sozinhos.

Joga comigo
À apanhada,
Não temas nada.
Não temas nada…

Guarda-me um ombro
Se estiver triste
Moral em riste
Para me apoiar.
Guarda-me estrelas
No firmamento,
São bom unguento
Para curar
As minhas mágoas
Quando não pertenço
Ao teu olhar.

Joga comigo
À apanhada,
Não temas nada.
Não temas nada…

Guarda-me o colo
Se for quentinho
Que quero um ninho
P’ra me enroscar.
Guarda-me os dias
Do teu sorriso
É o que preciso
Para aguentar
A longa ausência
De um beijo quente
Que não queres dar.

Joga comigo
À apanhada,
Não temas nada.
Não temas nada…

Guarda-me na memória
Como lembrança
De sensual dança
Na tua história.
Guarda-me um beijo
Do teu desejo
Que eu nada tenho
Se não me amares.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Verso Anual


Esta vida vai correndo
Cheia de pressa de ir,
Olhando mas nunca vendo
O tempo gozando a rir.

Sem te dares conta é passado…
O teu desejo presente,
Foi ‘inda ontem pensado,
Já longe se perde ausente.
Esta vida que correndo
Nos esconde da memória
Irmos aos poucos morrendo
Sem deixar marca na história,
Apenas entre nós vivendo
Aventuras sem glória.

Passam-se os anos assim…

Dão-te lembranças/embrulhos
Em cada ano que passa,
Nenhum deles tem barulhos
Do que mais a ti te interessa,
Quando ávida os sacodes
Na expectativa/esperança
De dentro de si encerrarem
Passos mágicos de dança,
Que te transportem no tempo,
Desde quando eras criança,
Que te devolvam o tempo
Isento da fera lança
Que se crava sem pudor
E faz nos teus sonhos matança