segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Palermices





A brisa do tempo passa,
Ouvem-se ais e lamentos
Que o sismo da vida desgraça,
Torna maus os bons momentos.
À noite o silêncio troveja,
Ribomba nos meus pensamentos
O vento no sino da igreja
Dá-me tristes sentimentos.
Não há acalmia no mar,
Ondas só de tormentos,
E se o pôr-do-sol acalmar
É para ter teus beijos lentos.
Se a terra tremer com tais beijos
Nos teus braços me seguro,
Deixa a chuva cair dos meus olhos,
Só assim eu me depuro.
Não há ventania tão forte
Que de mim a ti te afaste;
Serás fortuna ou má sorte?
Serei teu brinde ou teu traste?
De que mal é que padeço
Se não te tiro da ideia?
Obrigo-me, mas não me obedeço,
Não me arranjo panaceia.
Sou tão parvo, tão palerma!
Não tenho o tino total.
Só me resta a taberna
Para afogar o meu mal.

Sem comentários: