segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Enfeitiçado

Ando confuso, sem rumo certo

Perdi-me da minha estrada,

Fico perdido, se não estás perto

Não sei da minha morada.

Não sei como é que tu consegues

Deixar-me tão enfeitiçado,

Que quando tu não estás perto

Sinto-me tão abandonado!

Saio de casa, vou para as aulas

Contigo no pensamento,

Fico tão triste se não me falas

Não ouves o meu lamento…

Como é que posso soltar-te

Se estás agarrada a mim,

Eu não consigo largar-te

Vais comigo até ao fim…

Não sei viver sem teu regaço,

Não posso viver sem ti,

Fica vazio o meu espaço

Se não te tiver aqui…

Não sei como é que tu consegues

Deixar-me tão enfeitiçado,

Que quando tu não estás perto

Sinto-me tão abandonado!

Não posso viver sem o sorriso

Pintado na tua face

Faço tudo o que for preciso

P’ra manter esse teu disfarce.

Ando à deriva, sem ter destino

Buscando sem te encontrar,

A minha vida é um desatino

Não sei onde vou parar.

És tão presente a toda a hora

Até mesmo no meu leito,

És a paixão que me devora

Rebentas-me dentro do peito.

Usas magia, prendes com laços,

Não sei como isso é feito,

Que quando me entrego a outros braços

É contigo que me deito.

Não sei como é que tu consegues

Deixar-me tão enfeitiçado,

Que quando tu não estás perto

Sinto-me tão abandonado!


Christian de La Salette

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda é feliz aquele que apesar de se sentir abandonado, tem uns braços que o acolhem e aconchegam nas noites frias e solitárias...