Enfeitiçado
Ando confuso, sem rumo certo
Perdi-me da minha estrada,
Fico perdido, se não estás perto
Não sei da minha morada.
Não sei como é que tu consegues
Deixar-me tão enfeitiçado,
Que quando tu não estás perto
Sinto-me tão abandonado!
Saio de casa, vou para as aulas
Contigo no pensamento,
Fico tão triste se não me falas
Não ouves o meu lamento…
Como é que posso soltar-te
Se estás agarrada a mim,
Eu não consigo largar-te
Vais comigo até ao fim…
Não sei viver sem teu regaço,
Não posso viver sem ti,
Fica vazio o meu espaço
Se não te tiver aqui…
Não sei como é que tu consegues
Deixar-me tão enfeitiçado,
Que quando tu não estás perto
Sinto-me tão abandonado!
Não posso viver sem o sorriso
Pintado na tua face
Faço tudo o que for preciso
P’ra manter esse teu disfarce.
Ando à deriva, sem ter destino
Buscando sem te encontrar,
A minha vida é um desatino
Não sei onde vou parar.
És tão presente a toda a hora
Até mesmo no meu leito,
És a paixão que me devora
Rebentas-me dentro do peito.
Usas magia, prendes com laços,
Não sei como isso é feito,
Que quando me entrego a outros braços
É contigo que me deito.
Não sei como é que tu consegues
Deixar-me tão enfeitiçado,
Que quando tu não estás perto
Sinto-me tão abandonado!
Christian de La Salette
1 comentário:
Ainda é feliz aquele que apesar de se sentir abandonado, tem uns braços que o acolhem e aconchegam nas noites frias e solitárias...
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