quarta-feira, 6 de maio de 2009

Aniversário III


Perdem-se os meus braços no vazio
De cada vez que se abrem para ti,
Sinto-me rejeitado, cão vadio
Engulo a humilhação que recebi.
Não vês quanto de amor te querem dar
Os meus abraços cheios de ternura?
Não vês que nessa forma de amar
Se esvai um pouco da loucura
Que enche cada passo deste andar,
Vivendo em permanência a tortura
Que é não ter o colo que te cria,
Da forma ensandecida como queria,
O colo que se abre em amizade
Fechando-se, inflexível, à vontade
Que me enlouquece e me fecha nesta ilha?
Não vês que te quero como filha?...

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