segunda-feira, 27 de abril de 2015

Patologia




Quando os teus lábios
Encontram o meu beijo,
Despertam-me os sentidos
Do desejo,
Dormindo a razão
De anestesia,
Não sabem se é noite
Se é dia,
Se quente primavera
Ou fresco verão.
Quando o meu corpo
Encontra os teus braços,
Ocupam-se entre nós
Ocos espaços,
Não mais cabendo
A ávida ilusão;
Solta-se em gemidos
A nostalgia,
De ter quando não temos
A magia,
Na ponta dos mil dedos
De uma mão.
Quando a tua voz
Invade os meus ouvidos,
Encontram-se os ecos
Já perdidos,
Na sombra de um sussurro
Da paixão;
E o tempo devolve
Palavras libertadas,
No pôr-do-sol
Que são as madrugadas
Na antípoda existência
Da emoção.
Só quando os olhos
Te perdem meu olhar,
Cegando-me a
Tristeza em poeira,
Encontro o medo
Que tenho de acordar,
Não ter teus olhos
Para os meus encontrar,
Tornando-me permanente
A cegueira.

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