quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Vício


És como o primeiro cigarro
Vício inicial de adolescente,
Misto de prazer agoniado,
Enjoo e tontura entorpecente.
És condensado e nicotina,
Dose inalada de alcatrão,
Que me inebria a mente e me domina,
Boneco articulado em tua mão.
És como vinho novo ou aguardente,
Copo de cerveja à pressão,
Que me embriaga e embota os sentidos,
Que me levanta e logo atira ao chão.
És haxixe, erva, marijuana,
Mary Jane, pedra, chá, cavalo,
Droga entranhada no meu corpo,
Lapa que não quer abandoná-lo.
És a cocaína injectada,
Seringa de heroína cavalar,
Que me tira todas as certezas,
E coloca o desconhecido em seu lugar.
És anfetaminas, barbitúricos,
Whisky, vodka, rum, ou a tequilha,
Que se mistura em shots inocentes,
Prazer que se revela armadilha.
Dás-me sensações já esquecidas,
Fazes-me imaginar as ilusões,
Prometes felicidade em neblinas,
Logo te esfumas noutras confusões.
És o meu vício, droga, ou bebida,
Tudo o que não devo consumir,
Porém, sem ti não faz sentido a vida,
Só tu me fazes louco a sorrir.

Christian de La Sallette, Janeiro 03, 2007