sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

It means


And if tears drop down
While you hear this song,
It means our love is wrong.
There are days of shadow
When the sun doesn't shine for us,   
There are days of sorrow
When you miss the happiness bus,
But you stand at the bus stop,
Looking to the world on a rush,
While your life is a rain drop
Like tears melting the blush.
And if you still indifferent
While you hear this song,
It means our love is wrong...
There are days of sadness,
Some of them are born so dark,
That seems the loneliness
Is walking with you on a park,
But then the hope will come
Because the wind is blowing tenderness.
And if you start crying
While you hear this song,
It means our love is wrong,
But if you start smiling
While you hear this song,
It means our love is strong.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Barco cansado


Recolhe as tuas velas esta noite,
Atraca no meu porto o teu barco,
Que a tempestade vem como açoite,
E o sono não quer vir, ainda é parco.
Descansa das viagens que fizeste,
Por esse mundo mar que percorreste,
Amarra-te em meu cais que fica a leste,
Sou doca que repara o que perdeste.
Mas sabes que amanhã é novo dia,
Um novo rumo quer levar-te embora,
A terra firme torna-se demasia,
Mas amanhã só vem depois de agora.
Refaz-te que eu sou teu estaleiro,
A doca seca para descansares,
Há rombos que te vejo por inteiro,
Há panos p'ra coser,  velas  atares.
Reparo-te da ré até à proa,
Bombordo e estibordo reparados,
A cana do teu leme estará boa,
Quando amanhã andares noutros lados.
Mas sabes que amanhã é novo dia,
Um novo rumo quer levar-te embora,
A terra firme torna-se demasia,

Mas amanhã só vem depois de agora.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nado anseio




Ainda assim foste gente,
Tiveste forma definida,
Cresceste na minha mente,
Pouco a pouco sendo vida.
Tiveste olhos castanhos,
Azuis verdes ou escuros,
Cabelos de todos tamanhos,
Passos leves mas seguros.
Vestiste sedas e folhos,
Bandolete a condizer,
Saias tuas eram molhos,
Vestias-te só pr'a te ver.
Chutaste a bola com força,
Correste a par com o vento,
Mais veloz que uma corsa,
Mais rápido que o pensamento.
E como ias tão triste
No primeiro dia de escola,
Mas logo a seguir te riste
Ao chutares uma bola!
Tão nervosa e insegura
Na tua apresentação,
Mas levaste-me à loucura
Comovido de emoção.
E quando tão orgulhoso
Terminaste o teu curso,
Sabias que era apenas
O início de um percurso.
Foste médica, enfermeiro,
Engenheira ou diplomata,
Professora ou carpinteiro,
Advogada ou pirata.
A tudo isso assisti;
Imenso e paterno sorriso
Estando a ver-me em ti;
Prolongamento preciso...

Fico triste ao saber
Que quando chegar o fim,
Tudo acaba por morrer,
Não fico depois de mim.
E sei com muita amargura,
Que não te vendo crescer,
Torna esta vida mais dura.
Há quem morra sem nascer...

Foste gente, foste gente,
Apenas na minha mente.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Olhos opacos




Se os teus olhos falassem,
Talvez em mim se calassem,
Murmúrios de solidão,
Pois mesmo estando a teu lado,
Não sei se é destino ou fado,
Sinto-me um na multidão.
Se os teus olhos me ouvissem
Talvez teus lábios se abrissem
Em ávida sofreguidão,
Para receber em delírio
O beijo, doce martírio,
Caminho de perdição.
Se os teus olhos me vissem
Na cegueira da loucura
Verias quanto era pura
A tresloucada visão,
De te ter no meu futuro,
Partilhando o que procuro
Ao sabor da sedução.
Se os teus olhos afagassem,
Esta pele cheia de medos,
Revelavas meus segredos
Na palma da minha mão,
Lendo a linha do destino,
Que em ti se junta à do tino
Longe da do coração.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Quarto 214




Reservaste-nos um quarto
Num hotel da Campanhã;
- Deixa a roupa em desalinho,
 Desaperta o soutiã!

- Não tenhas pressa, amorzinho,
Deixa ver teu corpo inteiro;
Ama-me devagarinho,
Quero sentir o teu cheiro!

- Mas o tempo não demora
E o meu relógio não pára!
- Tapa a luz, que ela cora
Quando toca a minha cara!

Desmanchámos esta cama,
Lençol de baixo e de cima,
Nossos corpos em poema,
A nossa paixão em rima.
Senti teu corpo tremendo,
Como se aragem passasse
Vendo os teus olhos gemendo,
E fundo em ti eu tocasse.

Levantaste-te assustada.
O tempo parou de repente.
- Não tenho culpa de nada!
Foi somente um acidente.
- Sexo, sexo, sexo, sexo!...
- É só isso que tu queres?
- Não digas coisas sem nexo.
- Quero um filho, se mo deres...

A água ia correndo.
Quizeste que ela lavasse
O teu pecado escorrendo.
Eu só queria que parasse!

Regressaste ao nosso leito
Onde me quedei sentado.
Encostaste-me ao teu peito.
Senti-me de novo amado.
E de novo a correria
Do desejo renovado,
Abraçou-nos em volúpia
Até se ter esgotado.

Fechei a porta do quarto
Do hotel na Campanhã.
O nosso segredo, lá dentro,
Dorme até de manhã...

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Vontades

Queria tanto ser livre e amar-te aos bocadinhos,
como quem mordisca, lento, um cantinho de pão.
Queria ser o teu chão!
Deitares-te em mim nas tardes quentes para sentires a frescura
que  emana da pedra dura.
Queria amar-te com loucura.
Libertar os meus desejos como selvagens da jaula;
saborear uma aula
 no teu corpo de miragens,
 encetar novas viagens
 que o teu corpo me promete,
passear em trotinete
 com teus cabelos ao vento,
varrendo a cada aragem do meu rosto envelhecido,
a húmida desesperança de não ser correspondido.
Queria ter todo o tempo, que aos poucos se desperdiça,
 para partilhar a preguiça
quando a teu lado deitado,
fazer cama em qualquer lado,
 em cada duna de areia,
soltar a líbida ideia
que se apodera de mim,
de cada vez que te vejo imaginando-te assim,
 sem trapos que te cobrissem...
 Que os teus olhos se abrissem
de intenso e doce prazer,
a cada toque que os dedos quando soltos sabem ter.

sábado, 27 de junho de 2015

Coisas soltas




Vês como são as tardes quentes?
Pudera ter-te refrescada junto a mim,
A chuva e frio constantemente ausentes
Somente a brisa passeando num jardim.
 
Pequenos os silêncios que se escapam,
Num sopro humedecido pelo choro,
Palavras que se calam e a dor tapam,
Por não morares no sítio onde moro

Vês como são as noites frias?
Pudera ser para ti o agasalho,
Aconchegar -me a ti todos os dias,
Satisfazer-te ser o meu trabalho.

Vês como são claras as auroras?
Pudera ser para ti a alvorada,
Pequeno-almoço, doce de amoras,
Manteiga derretida nas torradas.

Pequenas as desculpas que se inventam,
Mas disfarçando o mal que elas provocam,
Ao esconder verdades que nem tentam,
Fugir dos lábios vis que as evocam.

Vês como são belas as manhãs?
Pudera dar-tas sempre em bandeja,
Colher todos os verões as coisas sãs,
Afastar do teu caminho a inveja.

E a vida finge-se como se alegre fado...
Não são as barbas que dão o ar pesado!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O meu mundo




O meu mundo, atravessou-se em ti,
Eu não o pude parar.
O meu mar, atracou-se a ti,
Deixou de me navegar.
Deixei de ser pássaro no ar
Para nos teus braços pousar,
Deixei de ser vento a soprar,
Para no teu colo amainar,
Voltei a ser embrião a criar
Para o teu ventre gerar...

O meu corpo, perdeu-se no teu,
Não sei como o encontrar.
O desejo, não aconteceu,
Estou de braços no ar,
Aqui estou pronto p'ra partir
No sonho que vai chegar,
Daqui parti para não vir,
Há ir que não tem voltar...
E mesmo quando a madrugada,
Não me quer acordar,
Sem vontade de fazer nada,
Enquanto o sol não brilhar,
O meu mundo permanece em ti
E em ti há de ficar.