quarta-feira, 28 de maio de 2008

Alma Vaga


Solta-te minh’alma presa
Junta o voo ao teu bando
Em busca da luz acesa
Que fraca vai apagando,
Essa luz que em cada dia
Se renova em esperança
Te provoca a agonia
Da vertigem dessa dança,
Desse imparável volteio
Que renasce a toda a hora,
Desse infindável receio
De sentir que vai embora,
A chama que te alumia
Esse trilho abandonado
Onde vagueias perdida
Sem chegar a qualquer lado,
Onde caminhas sem passos
Inquieta e naufragada,
Onde mergulhas abraços
No vazio do teu nada.
Voa em raiva renascida
Nessa busca desesperada,
Da terra do nunca perdida
Entre a noite e a madrugada,
Como Fénix renovada
Por uma morte queimada,
Fazendo das chamas vida
Nas cinzas reencontrada.
Dança livre na loucura
Do vazio que te tapa
Como vontade futura
Que de ti sempre se escapa,
Como desejo incoerente
Como anseio desesperado,
Dança minh’alma indigente,
Faz de conta que és de gente
E não deste pobre coitado…

Christian de La Salette

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Aniversário II


Mais um ano por ti passa,
Mais alguns estão p’ra vir,
Que venham cheios de graça,
Com coisas de fazer rir.
Que venham engalanados,
Festivos e coloridos,
Tragam fortunas no saco,
Sorte para os que te são queridos.

Mais um ano, mais um dia,
Mais horas, minutos, segundos,
Se pudesse eu te daria,
O melhor que há nos mundos,
Saúde, pão, diamantes,
Safiras, rubis, e ouro,
Esmeraldas e brilhantes,
O mais secreto tesouro,
O desejo mais guardado,
Beijo de amor alucinante,
Um colar feito de abraços,
Amar louco de amante.

Mais que tudo te daria,
Toda a minha amizade,
Se de mim tal dependesse;
Mais que tudo eu te daria
O meu amor de verdade
Se a mim tal pertencesse.
Mas nada mais posso dar,
Já não os tenho comigo,
A outra me fui entregar;
Quem dá não torna a tirar…

Dou-te este poema de amigo.

Christian de La Salette

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Acorrentado


Sangra-me a tua ausência como um espinho cravado nos pés que caminham nos meus dias. Instala-se a solidão na mudez do teu espaço que me ocupa totalmente. Dias a fio sem te ver... Dias a fio em que me atormentas com o teu silêncio enquanto tudo em mim grita por ti, tudo em mim anseia por um olhar teu, uma palavra tua, uma suave carícia da tua pele na minha, um som dos teus lábios nos meus ouvidos, um pequeno roçagar em mim. Invadem-me as recordações desejadas, aquelas que me provocam saudade de não terem sido, um sentimento de perda de algo que nunca tive. Rejeito as madrugadas que não te encontram no meu leito, as manhãs que não me encontram contigo à mesa de um café conversando futilidades, as tardes que não nos passeiam de mãos dadas nos jardins cúmplices do nosso amor inexistente, o entardecer sem um pôr-do-sol partilhado nos olhos. Rejeito os dias de chuva sem te ter junto à lareira olhando na janela as gotas de água escorrendo e o cinzento exterior contrastado no brilho dessa lareira da nossa casa imaginada. Rejeito o som do granizo no telhado desse ninho de amor em noite de invernia, imagem dos meus dias sem ti...
Deixa-me sonhar outra vez!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

I need your love


Há músicas que têm poemas que devem ser escutados de olhos fechados, imaginando-nos junto de quem mais queremos nesse momento. Há músicas que se ouvem de lágrimas nos olhos. Esta é uma delas!
Há momentos em que as palavras estão a mais, estragam os sentimentos, ocultam a magia das imagens que se formam no interior de nós mesmos. Esta música provoca um desses raros momentos!