quarta-feira, 5 de abril de 2017

Perdição



Perco-me de cada vez que te procuro,
Sinto-me perdido cada vez que te descubro,
É na distância que me sinto mais seguro,
É no esquecimento que tolhido eu  me cubro.
Perco-me nessa tua inexistência,
Como estrela, na galáxia, já extinta,
Brilhando, sendo vista no futuro,
Pequena luz que é só vista no escuro.
E fico na penumbra que é a sombra
Da loucura que existiu e preencheu
Todo o universo embrenhado no teu corpo,
A via láctea escondida  sob o céu.

Perco-me por ser  teu ...

Ainda há memórias que restam  escondidas,
Projetos desenhados sem medidas,
Construções que não cabem no papel,
Um  mundo construído em carrossel,
Pequenas utopias encantadas,
Roçando-se nas nossas ilusões,
Ou são quimeras pelo tempo inventadas,
Brincando com as nossas emoções?

Ainda há sonhos que permanecem acordados
Alheios aos ponteiros do destino,
Aguardam por um dia, enganados,
Ter  um encontro de pleno desatino.

Perco-me nessa busca infindável,
De me encontrar em ti todos os dias,
Sabendo que a ausência é inevitável

E a perdição é feita de agonias.