segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Desabafo




Entraste-me sorrateira,
Instalaste-te em mim,
Ocupas-me de tal maneira
Que só sei ser eu assim.
Não há esforço que faça,
Ou milésima tentativa,
Que a tua presença desfaça,
Que ela não seja tão viva.
Quantas vezes?
Quantos dias?
Quantas horas mais vais ser
Esta dor que me domina?
Pertencer-te sem te ter?
Já me perdi de mim mesmo,
Não me encontro onde hei de estar,
Onde estás? Tu não me dizes?
Escondes-te em que lugar?
Devolve-me a existência,
Quero tornar a viver,
Livrar-me da tua essência
Sem p’ra tal ter de morrer.

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