quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Amantes


Deita aqui, não sejas tímida,
Não te vou amargurar,
Há poemas que se escrevem
Contigo a escutar;
Há poemas que se escrevem
Com suspiros e gemidos;
Há outros que não se escrevem,
Nascem só para ser vividos.
Vê lá bem que há quem queira,
Segredar-tos ao ouvido.
Vê lá se arranjas maneira
De ser eu o escolhido.
Senta aqui, não te embaraces,
Não há nada para temer,
Vou limpar as tuas faces,
Tuas lágrimas vou beber.
Sabes bem que há fronteiras,
Para rir e para sofrer.
Sabes bem que a nossa história
Só nós é que a vamos ler.
Vê lá bem que há quem queira,
Segredar-ta ao ouvido!
Vê lá se arranjas maneira
De ser eu o escolhido.
Sai daqui, está na hora,
De voltares à tua vida.
Este poema que temos
Vive-se só de fugida,
Pois há mais que uma maneira
De amarmos com paixão,
Há outros à cabeceira
Partilhando o coração.
Vê lá bem que há quem queira
Ter o teu só para si,
Vê lá se arranjas maneira,
De voltar sempre aqui.

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