quinta-feira, 14 de junho de 2007

Derrota


Deixa-me só esta noite,
Escapa-te da minha mente,
Torna-te inexistente,
Que estou cansado de sofrer.
Deixa-me só este dia,
Para ver se esta agonia,
Sai de vez da minha vida,
Que anda confusa, perdida,
Sem saber o que fazer.
Volta atrás no pensamento
Num regresso temporal,
Deixa-me naquele tempo,
Onde não me fazias mal,
Onde tudo era diferente,
Noite e dia sempre igual,
Onde tudo era contente,
Por não te saber real.
Regressa à tua infância,
Tenta mudar o destino,
Tenta guardar a distância,
Não te cruzes mo meu caminho,
Que é tão triste a minha vida,
Cada vez que eu te lembro,
Cada vez que me despertas,
Para mais um dia ausente,
Como chuva de Setembro
A findar um Verão quente.
Pede àquele que te guia,
Para ter muita atenção,
Há caminhos que te levam,
Para a minha perdição,
Caminhos que os duendes,
Como diabretes que são,
Vão enfeitando com flores,
Tão perfumadas que estão,
Te enganam os meus sentidos,
Me dão a tua paixão,
Puro engano dos bandidos,
É apenas ilusão.
Deixa-me só nesta vida,
Finge que nunca exististe,
Estou cansado e perdido,
Apaixonado mas triste,
De cada vez que te encontro,
Nestas palavras escritas,
Rejubilo por momentos,
Ao ler os teus pensamentos,
Mas depois, quando regresso,
De volta à realidade,
Vejo-te desaparecida,
Só a dor é de verdade.

Christian de La Sallette

Sem comentários: