quarta-feira, 20 de junho de 2007

OFFSHORE

Vem madrugada de mansas vilanias,
Vender o teu poder ao meu vencido,
P’ra lá de tudo vem que estou perdido,
Traz-me o fulgor da vitória de outros dias.
Faz de mim funâmbulo artista,
Envolto em plúmbea fulgurância,
Que na tua corda inventarei distância,
Da vida plangente de fadista.
Oh! Vem qual fada ou primavera,
Tirar-me do sonambúlico degredo,
Roubar-me ao papão e o meu medo,
Pois quando fui criança não o era!
Vem!, por quanto a tua vinda é desejada,
Secar o pranto azul deste oceano,
Onde erro dia a dia, ano após ano,
Sabendo que no fim tudo foi nada!

Christian de la Salette

Sem comentários: