terça-feira, 22 de novembro de 2016

Idealista




Chamas-me idealista,
Mas não sou nenhum artista,
Escrevo só  coisas banais.
São mais mágicos os teus ais,
Se no meu leito deitada,
Deixando a noite esgotada.
Tu és uma malabarista
Que equilibra na pista
Que o destino te deu
O meu inferno; o meu céu.
Nem sabes quanto iluminas
Os meus desejos traquinas,
Nem quanto me incendeias
Ao imitares as sereias
Sussurrando-me no breu:
"Quero ter um filho teu!".
Chamas-me de idealista,
Por desejar como autista
Os impossíveis de ter,
È mais fácil perecer
Os meus desejos cansados,
Senti-los abandonados...
Encantas-me com teus segredos,
Envolves entre os teus dedos
As teias do meu destino,
Torno-mo inseto-menino
Quando dizes com ardor:
"Faz-me um filho, por favor!".

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