segunda-feira, 3 de março de 2008

Martírio

Nem sabes quanto é custoso
Negar a tua amizade,
Não sabes como é penoso
Prender a minha vontade,
Rejeitar o teu sorriso,
Coisa que eu tanto queria,
Não sabes quanto preciso
De ter a tua alegria,
De te ver e ao teu encanto,
De te ter todo o meu dia,
Secando os olhos do pranto,
De tudo o que me angustia.

Negar-te é dor atroz
Que se alastra totalmente,
É um rugido feroz
Que atroa a minha mente,
É uma lança cravada,
É um sofrer demoníaco,
É uma seta espetada
Dentro do músculo cardíaco.
Negar-te é como morrer
A todo o instante e momento,
É conjugar e viver
O verbo do sofrimento.

Refreio-me todas as horas
P'ra não acalmar tua dor,
Mas será por mim que tu choras,
Ou choras por outro amor?
Pedes-me p'ra ser teu amigo,
Pedes p'ra esquecer a paixão,
Mas sabes que não consigo,
É mais forte que a razão,
E quão difícil se torna
Esconder-te à minha vida,
E que a vida se transtorna,
Fica toda revolvida,
Cada vez que tu me falas,
Cada vez que me convidas,
Cada vez que em mim embalas
Esta dor com sete vidas.

Custa tanto rejeitar-te,
É tão duro minha querida,
Fingir não mais amar-te,
Deixar-te morrer com vida!

Christian de La Salette

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda que me custe aceitar, neste momento da minha vida que tanto preciso de um amigo, se para ti for melhor rejeitar a minha amizade, que poderei fazer? Resignar-me-ei à minha dor e continuarei a chorar...